terça-feira, novembro 04, 2008

Onde estão os resultados ?

Como no artigo anterior, vamos falar novamente sobre as relações que envolvem a programação, e o tema abordado hoje, refere-se aos resultados obtidos através na nossa aventura pelo mundo da programação.
Também como no post anterior, esse artigo é destinado aos programadores, iniciantes ou não, que trabalham por conta própria, descobrindo dia a dia, a arte de se desenvolver um projeto que atenda às expectativas dele e do cliente, (normalmente, esses clientes são compostos de micro e pequenas empresas) e não aos programadores de grandes empresas, que trabalham de baixo de uma metodologia própria, obedecendo a hierarquia padrão de desenvolvimento de sistemas.
Existem duas variáveis determinantes dos resultados obtidos na aventura empreendedora, que são "sua majestade, o Cliente", e você, é, você mesmo, o programador empreendedor.
Vamos analisar as partes envolvidas, suas virtudes e defeitos:

1 - O cliente:

Defeitos:
- Quase sempre não sabe explicar o que quer
- Muitas vezes quer reinventar a roda
- Sempre acredita que sabe muito mais que você, e o quanto deve valer o seu trabalho
- Não está disponível para troca de informações durante o desenvolvimento
- A equipe não colabora, ou às vezes boicota o projeto

Virtudes:
- Normalmente conhece o próprio negócio (feeling)
- Nos força a amadurecer o produto
- Quando bem atendido, é fiel e multiplicador
- Quando reconhece os benefícios do sistema, paga bem

2 - O Desenvolvedor:

Defeitos:
- Não conhecer sobre o assunto em questão (o pior deles)
- Não ter pulso firme junto ao cliente (decorrente do primeiro)
- Ver o produto como algo finito (impede a evolução do mesmo)
- Não dimensionar adequadamente a sua capacidade produtiva
- Não cumprir com os prazos estabelecidos
- Não valorizar o próprio produto (decorrente de todas as anteriores)

Virtudes:
- Auto reciclagem
- Versatilidade
- Conhecimento multidisciplinar
- Capacidade de relacionamento

A maioria dos programadores que se aventuram a empreender, tem resultados pífios, pela combinação das característica acima, tanto deles mesmos, como as características dos clientes, mas essa situação pode ser mudada, com algumas atitudes simples:

- Conheça muito bem o segmento ou processo que se propõe a informatizar
- Conheça bem a sua ferramenta de trabalho
- Tenha conhecimentos gerenciais, mesmo que o seu produto não necessite
- Aprenda a se relacionar bem com as pessoas
- converse com pessoas bem sucedidas, elas tem muito a ensinar
- (Seja o maior crítico de sí mesmo[0] . . Seja o maior crítico de sí mesmo[9999999])
- Esteja atualizado do que acontece no mundo à sua volta (por incrível que pareça, muitos não estão) 
- Participe ao máximo de cursos e palestras, mesmo que não tenha haver com o seu segmento de atuação
- Saiba dimensionar o seu tempo, o cliente prefere ouvir um não posso, a se frustrar numa expectativa quanto ao seu trabalho
- Tenha paciência, os resultados são decorrentes do amadurecimento, e não do impulso
- Acredite naquele projeto que vai tirar o seu pé da lama, pode ter certeza, ele é viável

Wesley

segunda-feira, novembro 03, 2008

O efeito Coca Cola

Quantos de nós, ja vimos, em clientes que estamos atendendo, algum representante "pagando" uma Coca Cola para os funcionários ?
A princípio, isso me soava como "puxa-saquismo", mas ao longo de vinte anos lidando com profissionais dos mais diversos seguimentos que atendemos, comecei a entender o porque disso.
Na verdade, a Coca Cola, é apenas uma simbologia, do tipo de relação que se deve desenvolver junto aos colaboradores de qualquer empresa que atendemos, que é uma relação de cordialidade e respeito.
Quando nos aproximamos dos funcionários das empresas que usam os nossos softwares, eles se tornam nossos aliados, e os bugs, ou eventuais problemas decorrentes do uso do software, deixam de depor contra nós, ou seja, os funcionários passam a colaborar com o bom andamento do nosso software dentro da empresa em que trabalham.
Por outro lado, se somos arrogantes, e achamos que deve-se manter a devida distância entre nós e os colaboradores do nosso cliente, nesse caso, passamos a ter grandes inimigos do nosso sucesso junto àquele cliente, e qualquer problema, por menor que seja, é maximizado ao extremo, e a chance de continuar tendo aquele cliente em nossa carteira, vai sendo diluída ao longo do tempo.
Ao longo da minha experiência profissional, desenvolvi grande facilidade em lidar tanto com o funcionário que tem a função que remunera menos, quanto com o presidente ou proprietário da empresa.
Esse facilidade, se deve em grande parte, pelo fato de eu gostar de lidar com pessoas, e por entender, desde o berço, que a pessoa que recebe a menor remuneração, não é menos importante que a pessoa mais bem paga da empresa, apenas tem importâncias diferentes.
De qualquer forma, ressalto, que conhecer, respeitar e dar atenção às pessoas, é um fator implícito, mas diretamente ligado ao sucesso do nosso produto, em nossos clientes.
É certo, que essa é a minha opinião, e que alguns leitores podem achar que as coisas funcionam exatamente o contrário do que estou colocando aqui, mas gostaria de me basear em um pequeno exemplo, de grandes proporções, que é o abandono do ERP-SAP, por algumas empresas, pelo fato de as empresas (pessoas) não terem se adaptado ao mesmo.
Talvez você mesmo tenha algum exemplo disso, pois o seu software, ou da empresa que você trabalha, pode ter sido trocado por outro, que você sabe que tecnicamente, é inferior ao seu.
Se isso já aconteceu algumas vezes, deve haver alguma lição pra ser encontrada nesses cases, se isso acontece com frequência, comece a observar atentamente como anda a sua relação, e a dos seus colaboradores, com os colaboradores dos seus clientes.

Wesley